Há maneiras de evitar o golpe da falsa entrega de presentes de Natal — Foto: Foto de Lydia Griva/Pexels
Com a chegada do fim de ano e das tradicionais trocas de presentes, o golpe da falsa encomenda retorna, se reinventa e prejudica milhares de consumidores em todo o país. Além de se passarem por comércios, plataformas ou marketplaces conhecidos, os golpistas agora replicam textos completos, simulam números de rastreamento e, em alguns casos, enviam links falsos que imitam interfaces reais.
Funciona assim: a vítima recebe um telefonema ou mensagem dizendo que tem uma entrega a receber, como uma encomenda feita por outra pessoa ou um pre ente, mas vai ter que pagar a taxa. Ao chegar na casa da vítima, o golpista usa uma maquininha máquina fraudada e cobram valor alto, ou então roubam os dados para usar posteriormente.
O gerente de projetos de TI Laerte Souza da Silva, 38 anos, sofreu um golpe de fraude no cartão de crédito envolvendo uma falsa entrega. Em setembro do ano passado, no dia do seu aniversário, um golpista ligou para sua esposa, Yngrid Carneiro, dizendo ser de uma floricultura conhecida e informando sobre uma entrega enviada por sua irmã.
O criminoso dizia então que estava com o endereço errado e cobraria uma taxa de R$ 3 pela entrega, a ser paga no cartão de débito ao entregador. Ela concordou. Quando o entregador chegou, o cartão não funcionou. Laerte então passou o cartão dele, que também não funcionou. O entregador disse que iria buscar outro equipamento.
Foi quando o casal recebeu as notificações: R$ 600 no cartão de Yngrid e R$ 3.200 no de Laerte. Pensando que o golpe era do entregador, ligaram para o número da falsa floricultura, que pediu os dados do cartão, para verificar. Foi quando perceberam que era tudo parte da fraude. “É um golpe extremamente bem bolado. Praticamente entregamos o dinheiro na mão deles”, diz Laerte.
Confira as principais dicas para não cair no golpe da falsa entrega, ou outros praticados diariamente no país. As orientações são da Kaspersksy, Serasa Experian, Febraban, Procon e Deic.
Segundo uma análise da AMVO e da Euromonitor, a entrega a domicílio é a alternativa mais procurada por compradores na América Latina, incluindo o Brasil, o que torna as vítimas ainda mais vulneráveis.
Já o State of Customer Communication Survey, da Sinch, aponta que 55% dos consumidores já receberam mensagens de empresas que pareciam fraudulentas. Além disso, 39% consideram as notificações in-app o canal mais seguro para evitar fraudes, enquanto 69% confiam mais em mensagens que incluem elementos verificáveis, como logotipos ou perfis oficiais.
Em meio a esse cenário, algumas medidas adotadas pelo comércio podem ajudar a garantir mais segurança na comunicação e fortalecer a confiança entre loja e consumidor, reduzindo a percepção de fraude.
De acordo com Mario Marchetti, diretor-geral da Sinch na América Latina, uma das alternativas é o RCS (Rich Communication Services, um protocolo de comunicação que substitui mensagens SMS por um sistema de mensagens de texto mais seguro), que permite às empresas enviar notificações com selo de autenticidade, como nome da marca verificado, iconografia oficial, vídeos, botões de ação e códigos únicos.
Além disso, templates verificados possibilitam o envio de status de entrega, lembretes, alertas e comprovantes com identidade visual consistente, o que ajuda a neutralizar o caos típico do fim de ano, quando mensagens ambíguas podem ser facilmente confundidas com tentativas de golpe.
*Com supervisão de Marisa Adán Gil


