A Latam Airlines anunciou nesta 2ª feira (15.dez.2025) a abertura de vagas para pilotos que irão operar aviões do modelo Embraer E195-E2, aviões recém-adquiridos pela companhia aéreas e programados para integrar sua frota no último trimestre de 2026.
O E195-E2 faz parte de um pedido maior da Latam à Embraer, que inclui 24 encomendas firmes e 50 opções de compra deste modelo –um contrato avaliado em cerca de US$ 2,1 bilhões, com entregas iniciadas no 2º semestre de 2026.
À época da assinatura do contrato com a Embraer, a Latam afirmou que a operação está em linha com a política financeira do grupo, que mantém métricas de alavancagem e liquidez. Até a compra, a companhia operava majoritariamente aviões Airbus e Boeing.
O CEO do grupo Latam, , afirmou que a escolha pelo E195-E2 se deve à eficiência do modelo e à possibilidade de ampliar a conectividade na região.
A oportunidade inclui bônus de atração pago uma única vez, que pode chegar a R$ 160 mil para comandantes e R$ 80 mil para copilotos aprovados no processo seletivo.
As inscrições para o processo estão abertas até 4 de janeiro de 2026 e a previsão é que os pilotos selecionados comecem a ser admitidos a partir de fevereiro de 2026, com treinamento programado antes da entrega dos primeiros jatos.
Para comandantes, entre os principais requisitos estão:
Já para copilotos, exigências incluem:
Além das qualificações obrigatórias, a Latam aponta como diferenciais benefícios adicionais como visto americano e experiência recente em jatos.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cobrou, também nesta 2ª feira, que companhias aéreas no Brasil priorizem a compra de aviões da Embraer e afirmou que o Brasil deixa de criar empregos e tecnologia ao optar por empresas estrangeiras.
“Você sabe quem falta descobrir o avião no Brasil? Os brasileiros. As empresas que voam aqui no Brasil precisavam descobrir a Embraer”, disse Lula durante a inauguração da sede da ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), em Brasília.
Segundo o presidente, a escolha por modelos de fabricantes estrangeiros limita o potencial produtivo da indústria nacional. “Porque se a Embraer vendesse os aviões, que eles compram da Boeing, a Embraer poderia produzir o dobro de avião”, afirmou.
Lula ressaltou o bom desempenho da fabricante brasileira no mercado internacional –em especial na China e na Índia– e destacou que a empresa atende plenamente às necessidades do mercado doméstico.
“Os aviões da Embraer oferecem todas as exigências que nós precisamos para percorrer os 8 milhões e meio de quilômetros quadrados que nós temos”, declarou.
O governo federal tem defendido uma ampliação do uso de aeronaves produzidas no país. Segundo o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho (Republicanos), a meta é elevar a participação da Embraer na aviação comercial brasileira de cerca de 12% para mais de 20% até o fim do 3º mandato do presidente Lula.
Para efeito de comparação, ele citou que nos Estados Unidos 50% da frota é Boeing, e na França, 49% é Airbus.
De acordo com o ministro, a compra anunciada pela Latam deve elevar essa fatia para algo próximo de 18%, enquanto negociações seguem em curso com a GOL Linhas Aéreas para a eventual inclusão de aviões da Embraer em sua frota.
No mercado doméstico, apenas a GOL não opera nem tem anúncios envolvendo aeronaves da fabricante brasileira.


