Militares da Guiné-Bissau anunciaram esta quarta-feira que tomaram o "controlo total do país", detiveram o presidente cessante e suspenderam o processo eleitoral em curso após as eleições de domingo.
A Guiné-Bissau, um país da África Ocidental, sofreu quatro golpes de Estado desde a sua independência de Portugal em 1974, além de uma série de tentativas de golpe.
Ao meio-dia de quarta-feira, ouviram-se disparos perto do palácio presidencial na capital, Bissau, e homens vestidos com uniformes militares tomaram o controlo da artéria principal que conduz a esta residência.
Durante a tarde, o general Denis N'Canha, chefe da casa militar da presidência, anunciou na sede do Estado-Maior que um "Alto Comando para a restauração da ordem, composto por todos os ramos do exército" tinha tomado "o controlo do país até novo aviso", constataram jornalistas da AFP presentes no local.
Uma fonte oficial do exército indicou à AFP que o presidente cessante, Umaro Sissoco Embaló, foi detido na quarta-feira "na prisão do quartel-general".
Outra fonte militar confirmou a detenção do presidente Embaló juntamente com o "chefe do Estado-Maior e o ministro do Interior".
Este golpe ocorre depois de cerca de um milhão de eleitores terem sido chamados às urnas no domingo, em eleições realizadas sem a presença do principal partido da oposição e do seu candidato.
Os resultados provisórios oficiais eram esperados para quinta-feira.
O general Denis N'Canha também anunciou a suspensão de "todo o processo eleitoral", o encerramento das fronteiras "terrestres, aéreas e marítimas" e a instauração de um "recolher obrigatório".
No final do dia, as ruas de Bissau estavam desertas e os militares tomaram o controlo de todas as artérias principais, puderam constatar jornalistas da AFP.

