Embora em matéria de inclusão financeira se tenham alcançado avanços tangíveis nos últimos anos, ainda existem desafios, reconheceram as autoridades.
Na apresentação da Política Nacional de Inclusão Financeira 2025-2030, Victoria Rodríguez, governadora do Banco do México (Banxico), destacou, por exemplo, que persistem atrasos no acesso ao crédito para as mulheres, assim como para as micro, pequenas e médias empresas (MPMEs), e em grupos vulneráveis.
De igual forma, mencionou que há desafios na aceitação de pagamentos digitais e desconfiança no uso de produtos e serviços.
"Ainda se enfrenta fricção em pagamentos com cartão e baixa aceitação de pagamentos em pequenos comércios", disse.
Neste sentido, destacou que a PNIF procura corrigir estes e outros desafios, já que se estabelecem linhas de ação específicas.
Ressaltou que nesta ocasião se incorporam eixos pontuais de igualdade de género.
"Reconhecendo que mulheres rurais, indígenas e idosas enfrentam diferentes desafios", expôs.
Além disso, mencionou que se considera fundamental consolidar o aproveitamento da digitalização, a cobertura física e a interconectividade como facilitadores centrais da inclusão financeira.
Neste sentido, a governadora do Banxico referiu que o organismo se comprometeu a coordenar diversas linhas de ação dentro desta política.
Entre estas, referiu, promover a adoção e uso de meios de pagamento digitais como CoDi e Dimo, assim como promover melhorias na experiência dos utilizadores ao realizar pagamentos e transferências.
De igual forma, aprofundar a investigação sobre normas de género que incidem na inclusão financeira das mulheres.
"Para o Banco do México, a inclusão financeira é um elemento central, tanto pelos seus comprovados benefícios sociais, como porque fortalece a transmissão da política monetária sobre a economia e, com isso, impulsiona-se o alcance do nosso objetivo prioritário de manter o poder aquisitivo da moeda mexicana", disse.
Edgar Amador, secretário da Fazenda e Crédito Público, comentou por sua parte que embora tenha havido avanços na posse de produtos financeiros no país, isso é apenas o primeiro passo, mas é necessário que as pessoas os utilizem.
"No nosso país, menos de um terço da população conta com poupança numa instituição financeira e apenas quatro em cada 10 pessoas reportam realizar pagamentos ou envios de dinheiro por transferências", apontou.
Neste sentido, sublinhou que a PNIF 2025-2030 constrói sobre os avanços alcançados e reconhece que há desafios a atender.
"A nova política enfatiza a importância de que as pessoas façam uso dos produtos financeiros, seja como um instrumento de poupança ou como uma ferramenta para realizar operações ou pagamentos", expôs.
Assinalou que a PNIF estabeleceu como um dos seus objetivos centrais, a inclusão financeira das empresas; conceder mais crédito para habitação e incluir a transversalidade de género, e priorizar a inclusão da população que enfrenta condições de pobreza ou marginalização.
A PNIF 2025-2030 tem como objetivo, explicou Lucía Buenrostro, vice-presidente de política regulatória da Comissão Nacional Bancária e de Valores (CNBV), fortalecer o bem-estar financeiro das pessoas e empresas no México, fomentando o maior acesso e uso de produtos e serviços financeiros formais que satisfaçam as suas necessidades, sob uma regulação adequada.
Dito objetivo geral orienta quatro objetivos estratégicos que são: promover a poupança formal e de longo prazo; facilitar o acesso ao financiamento formal; incrementar a adoção e frequência de uso de meios de pagamento diferentes do dinheiro em espécie; e impulsionar a oferta e contratação de seguros e produtos e serviços especializados.
De igual forma, incluem-se dois eixos transversais: impulsionar a participação equitativa das mulheres e o reconhecimento das diversidades de género no sistema financeiro; e fortalecer a inclusão financeira das pessoas em situação de vulnerabilidade.
A PNIF consta de 125 linhas de ação, agrupadas em 26 estratégias ligadas aos objetivos estratégicos.
Angel Cabrera, presidente da CNBV, mencionou que a PNIF estabelece uma estratégia clara de seguimento e avaliação dos resultados, pois considerou que a continuidade é fundamental.

